Gostaria
de compartilhar alguns livros que costumo usar nas aulas de matemática para
incentivar os alunos nas atividades de leitura e escrita e perceberem que
a matemática não é um bicho de sete cabeças, ai vai pessoal alguns que eu gosto
e vale a pena darem uma olhada :
Na história,
Monteiro Lobato consegue transformar uma matéria tão árida como a Aritmética em uma linda brincadeira no pomar,
onde o quadro-negro em que faziam contas era o couro do Quindim.
Neste livro, as
crianças aprendem sobre números
decimais, frações,
como transformar frações em números decimais, soma, subtração, multiplicação de
números decimais, frações e números
mistos e comuns. Aprendem também
sobre o mínimo múltiplo comum, números romanos, quantidades, dinheiros antigos e de outros países, de onde
vieram osnúmeros 1, 2, 3..., números
complexos como raiz quadrada,
entre outros.
- Alice no
país das Maravilhas
Para alguns matemáticos deveria ser chamado de Alice no País
da Matemática, pois o livro conta com charadas matemáticas. Ele foi
escrito pelo matemático, fotógrafo, lógico e romancista Charles
Lutwidge Dodgson, mais conhecido pelo seu pseudônimo Lewis Carroll.
O nome Alice foi inspirado por
uma das três filhas de seu grande amigo Liddell. Carroll gostava de levá-las
para passear de barco, e contava-lhes historias de
ficção misturadas com romantismo.
No dia 4 de julho de 1862, em um de seus passeios, Carroll as contou a história
de uma garota que seguia um coelho.
Tentou terminar a história por três vezes, mas foi impedido pelas meninas aos
berros de “QUEREMOS MAIS”. Os navegantes só perceberam que a história deveria
ser encerrada, quando o Sol havia dado lugar a Lua, pois já eram oito horas da
noite. Ao chegar em sua casa, ele decidiu reescrever a história contada às
meninas. Por dois anos fez algumas modificações, e somente após lançou o
livro Alice no País das Maravilhas.
Embora tenha escrito um livro
infantil, não deixou de colocar seus conhecimentos matemáticos para que
virassem charadas mais tarde. Em um de seus capítulos, Alice encontra o famoso
chapeleiro e a lebre de Março, e Carroll lança uma charada chamada de “Relógios
Loucos de Carroll”:
“A Lebre de Março pegou no
relógio e olhou-o com um ar tristonho. Depois, mergulhou-o na chávena cheia de
chá e voltou a olhar para ele. Mas não sabia dizer mais nada senão repetir:
- Era manteiga da melhor
qualidade.
Alice estivera a observar o
relógio por cima do seu ombro, com alguma curiosidade.
- Que relógio tão
engraçado! Indica o dia do mês, mas não indica as horas! Comentou.
- Porque haveria de
fazê-lo? Disse o Chapeleiro entre dentes.
- O teu relógio indica o
ano em que estamos? Perguntou o Chapeleiro.
- Claro que não. Respondeu
Alice muito depressa.
- Mas isso é porque um ano
inteiro dura muito tempo. Justificou Alice.
- O que é exatamente o caso
do meu! Disse o Chapeleiro”.
Você conseguiria apenas com
esse diálogo responder à pergunta inicial da nossa página?
Vamos a uma solução: o relógio
que se atrasa um minuto por dia, dará a hora exata depois de passados 12 horas.
Lembrando que ele atrasa um minuto por dia, então temos:
1 hora = 60 minutos
1 dia = 24 horas
Dado que um minuto representa
um dia, quantos dias representariam 12 horas?
Para essa pergunta, basta
multiplicar: 12 (horas) * 60 (minutos) = 720 dias
Ou seja, a cada dois anos
(pois 720/2 = 365), o relógio apresentaria o horário exato.
E para o relógio que não
funciona? O relógio que está parado está certo duas vezes em cada vinte e
quatro horas. Por isso o relógio que melhor registra o tempo é o que está
parado.
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Carlo Frabetti
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Alice é uma
jovem dos dias de hoje que odeia matemática: acha que não serve para
nada. Porém, numa viagem fabulosa, ela encontra personagens da
história de uma outra Alice, a do País das Maravilhas, e aí tudo muda: a
matemática passa a ser a matemágica!
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- Contos de enganar a morte
Editora Ática | 2003 RICARDO AZEVEDO
Certa
segunda-feira, eu estava na quarta série do primeiro grau, a professora entrou
na classe com uma péssima notícia: o pai de um nosso colega tinha morrido
afogado em Bertioga, no litoral paulista. Lembro do sentimento de medo: e se
meu pai também morresse? Lembro de estremecer de pena e tristeza por causa do
meu amigo. Lembro de me perguntar: o que é a morte?
Trata-se de
um grave erro considerar a morte um assunto proibido ou inadequado para
crianças. Heróis nacionais como Ayrton Senna, presidentes da república e
políticos importantes, ídolos populares, parentes, amigos, vizinhos e até
animais domésticos infelizmente podem morrer e morrem mesmo. A morte é
indisfarçável.
Alguns
adultos, porém, ainda insistem em acreditar que alienar crianças pode
contribuir, de alguma forma, para sua formação (!).
Falar sobre
a morte com crianças, é preciso deixar claro, não significa entrar em altas
especulações ideológicas, abstratas e metafísicas. Nem em detalhes assustadores
e macabros. Refiro-me a simplesmente colocar o assunto em pauta. Que ele esteja
presente, através de textos e imagens, simbolicamente, na vida da criança. Que
não seja jamais ignorado. Isso, note-se, nada tem a ver com depressão,
morbidez, falta de esperança ou niilismo. Ao contrário, a morte pode ser vista,
e é isso o que ela é, uma referência concreta e fundamental para a construção
do sentido da vida. Existem assuntos sobre os quais adultos sabem mais e podem
ensinar crianças. Entre eles não se encontram, por exemplo, a paixão, o
sublime, a determinação da realidade e da fantasia, o sonho, a temporalidade e
a busca do auto-conhecimento. Nem, muito menos, a morte e a mortalidade. Diante
de assuntos assim, é preciso reconhecer, adultos e crianças sentem-se
igualmente despreparados.
É muito bom
quando a criança consegue se identificar com um adulto e descobrir, surpresa:
“Puxa, ele é igual a mim! Ele também fica confuso, tem medo e não sabe
direito!. Ele também se emociona e chora!”. Para a formação das crianças é
essencial que surjam espaços de compartilhamento entre elas e os adultos.
Crianças da vida rural, em geral muito pobres, costumam ter um contato bem mais
sadio e natural com a morte. Dizia Walter Benjamim, sobre a época medieval, que
naquele tempo “não havia uma só casa e quase nenhum quarto em que não tivesse
morrido alguém”.O mesmo pode-se afirmar da vida rural e de muitos bolsões de
pobreza urbana hoje no Brasil.
Lamentavelmente,
a vida na sociedade tecnológica e de consumo, entre outros fatores, acabou por
higienizar e explusar a morte do universo dos vivos. Isso tem tido um grande
reflexo na vida das pessoas, nas famílias e nas escolas. Para ficar num
exemplo, os jovens que assassinaram o pataxó Galdino de Jesus, alunos de
escolas consideradas ótimas, talvez não fizessem o que fizeram se tivessem tido
a chance de meditar um pouco mais sobre a mortalidade e a condição
humana
. Tento dizer que a violência
de nosso dias pode ter a ver, entre muitos outros fatores, com o processo de
alienação e ocultação da morte. Crianças e jovens precisam aprender a lidar com
a vida, da qual a morte é parte inseparável. Pretender camuflá-la ou esconde-la
é um desrespeito à inteligência e à capacidade de observação de qualquer ser
humano. Além do que é completamente inútil.
Daí, a meu
ver, a importância desses antiqüíssimos Contos de enganar a morte, narrativas
populares que têm como ponto comum o herói que tenta vencer a morte. Com sua
poesia, graça e magia, além de levantarem o assunto possibilitando, portanto,
uma interessante reflexão, são, com certeza, uma verdadeira, divertida e
apaixonada declaração de amor à vida.
Para
terminar, gostaria de contar que venho mexendo com temas e assuntos da cultura
popular desde agosto de 1981 quando publiquei , na Folhinha de S.Paulo, o texto
Monstrengos de nossa terra, na verdade um pequeno inventário de seres
fantásticos criados pelo povo.
Desde então,
tenho pesquisado formas literárias populares, principalmente os contos de
encantamento, adivinhas, quadras, frases feitas, anedotas e ditados.
O resultado
desse trabalho está publicado nos livros Histórias folclóricas de medo e de
quebranto, O moço, o gigante e a moça, João Forçudo, Pedro João e José,
Histórias de bobos, bocós, burraldos e paspalhões, Meu livro de folclore,
Armazém do Folclore, No meio da noite escura tem um pé de maravilha!, Bazar do
folclore, Histórias que o povo conta e Se eu fosse aquilo.
- PEQUENOS CONTOS PARA SONHAR -
Histórias tradicionais de muitos lugares
-Mario
Urbanet
Quem não gosta de deitar a cabeça no
travesseiro e viver as aventuras mais incríveis? E de inventar uma boa
história, cheia de acontecimentos inusitados? Tanto os sonhos quanto as
histórias fazem parte desse mundo da fantasia, em que tudo é possível.
Entre os contos deste livro, surgidos nos quatro cantos do mundo, há a história da mãe que, desesperada para recuperar o seu filho do ninho de uma ave, demora a perceber que pássaros e pessoas falamlínguas diferentes; de Dalila que, fugindo do seu destino pressagiado pelo galo, acaba descobrindo o seu verdadeiro amor; de um ferreiro que atravessa o oceano em busca de um tesouro que aparecia em seus sonhos e depois vem a descobrir que a fortuna estava desde o início embaixo de seu nariz; do rapaz que, obstinado a ajudar as pessoas, não percebe que está diante da própria morte, entre tantas outras.
Cada narrativa traz, ao seu final, uma lição em versos que, muitas vezes, vai de encontro às morais e ensinamentos difundidos na nossa cultura. As ilustrações de artistas variados são mais um estímulo para a nossa capacidade de imaginar, brincar, pensar - enfim, sonhar.
Entre os contos deste livro, surgidos nos quatro cantos do mundo, há a história da mãe que, desesperada para recuperar o seu filho do ninho de uma ave, demora a perceber que pássaros e pessoas falamlínguas diferentes; de Dalila que, fugindo do seu destino pressagiado pelo galo, acaba descobrindo o seu verdadeiro amor; de um ferreiro que atravessa o oceano em busca de um tesouro que aparecia em seus sonhos e depois vem a descobrir que a fortuna estava desde o início embaixo de seu nariz; do rapaz que, obstinado a ajudar as pessoas, não percebe que está diante da própria morte, entre tantas outras.
Cada narrativa traz, ao seu final, uma lição em versos que, muitas vezes, vai de encontro às morais e ensinamentos difundidos na nossa cultura. As ilustrações de artistas variados são mais um estímulo para a nossa capacidade de imaginar, brincar, pensar - enfim, sonhar.
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