quinta-feira, 6 de junho de 2013

Gostaria de compartilhar alguns livros que costumo usar nas aulas de matemática para incentivar  os alunos nas atividades de leitura e escrita e perceberem que a matemática não é um bicho de sete cabeças, ai vai pessoal alguns que eu gosto e vale a pena darem uma olhada :
·         Aritmética da Emília é um livro infantil escrito por Monteiro Lobato e publicado em 1935.
Na história, Monteiro Lobato consegue transformar uma matéria tão árida como a Aritmética em uma linda brincadeira no pomar, onde o quadro-negro em que faziam contas era o couro do Quindim.
Neste livro, as crianças aprendem sobre números decimais, frações, como transformar frações em números decimais, soma, subtração, multiplicação de números decimais, frações e números mistos e comuns. Aprendem também sobre o mínimo múltiplo comum, números romanos, quantidades, dinheiros antigos e de outros países, de onde vieram osnúmeros 1, 2, 3..., números complexos como raiz quadrada, entre outros.
  •  Alice no país das Maravilhas Para alguns matemáticos deveria ser chamado de Alice no País da Matemática, pois o livro conta com charadas matemáticas. Ele foi escrito pelo matemático, fotógrafo, lógico e romancista Charles Lutwidge Dodgson, mais conhecido pelo seu pseudônimo Lewis Carroll.

O nome Alice foi inspirado por uma das três filhas de seu grande amigo Liddell. Carroll gostava de levá-las para passear de barco, e contava-lhes historias de ficção misturadas com romantismo. No dia 4 de julho de 1862, em um de seus passeios, Carroll as contou a história de uma garota que seguia um coelho. Tentou terminar a história por três vezes, mas foi impedido pelas meninas aos berros de “QUEREMOS MAIS”. Os navegantes só perceberam que a história deveria ser encerrada, quando o Sol havia dado lugar a Lua, pois já eram oito horas da noite. Ao chegar em sua casa, ele decidiu reescrever a história contada às meninas. Por dois anos fez algumas modificações, e somente após lançou o livro Alice no País das Maravilhas.
Embora tenha escrito um livro infantil, não deixou de colocar seus conhecimentos matemáticos para que virassem charadas mais tarde. Em um de seus capítulos, Alice encontra o famoso chapeleiro e a lebre de Março, e Carroll lança uma charada chamada de “Relógios Loucos de Carroll”:
“A Lebre de Março pegou no relógio e olhou-o com um ar tristonho. Depois, mergulhou-o na chávena cheia de chá e voltou a olhar para ele. Mas não sabia dizer mais nada senão repetir:
- Era manteiga da melhor qualidade.
Alice estivera a observar o relógio por cima do seu ombro, com alguma curiosidade.
- Que relógio tão engraçado! Indica o dia do mês, mas não indica as horas! Comentou.
- Porque haveria de fazê-lo? Disse o Chapeleiro entre dentes. 
- O teu relógio indica o ano em que estamos? Perguntou o Chapeleiro.
- Claro que não. Respondeu Alice muito depressa.
- Mas isso é porque um ano inteiro dura muito tempo. Justificou Alice.
- O que é exatamente o caso do meu! Disse o Chapeleiro”.

Você conseguiria apenas com esse diálogo responder à pergunta inicial da nossa página?
Vamos a uma solução: o relógio que se atrasa um minuto por dia, dará a hora exata depois de passados 12 horas. Lembrando que ele atrasa um minuto por dia, então temos:
1 hora = 60 minutos
1 dia = 24 horas
Dado que um minuto representa um dia, quantos dias representariam 12 horas?
Para essa pergunta, basta multiplicar: 12 (horas) * 60 (minutos) = 720 dias
Ou seja, a cada dois anos (pois 720/2 = 365), o relógio apresentaria o horário exato.
E para o relógio que não funciona? O relógio que está parado está certo duas vezes em cada vinte e quatro horas. Por isso o relógio que melhor registra o tempo é o que está parado.


  • Alice no País dos números
Carlo Frabetti
Alice é uma jovem dos dias de hoje que odeia matemática: acha que não serve para nada. Porém, numa viagem fabulosa, ela encontra personagens da história de uma outra Alice, a do País das Maravilhas, e aí tudo muda: a matemática passa a ser a matemágica!


1. Possibilidades Pedagógicas
- O prazer do jogo matemático: descobrir a matemática como possibilidade de se "olhar para uma coisa ordenadamente" (p. 46), perceber que "na matemática as coisas se relacionam entre si, decorrendo umas das outras de forma lógica" (p. 9) é o objetivo de todos os desafios e truques envolvendo números que aparecem na história dessa Alice adolescente econtestadora.
- A matemática e a interdisciplinaridade: contestar as rotinas e os métodos impostos pelo mundo adulto é marca da adolescência: "Matemática não serve para nada" (p. 7), "Não sei, nem quero saber de matemática" (p. 8) são comentários comuns entre os jovens estudantes. Descobrir a matemágica, o prazer de aprender matemática pelo jogo entre a hipótese e sua comprovação e pelo diálogo entre as várias áreas do conhecimento - Literatura (p. 7), História (p. 42), Ciências (p. 45 a 47), Filosofia (p. 33) - é o lucro maior da leitura de Alice no País dos números.
- Motivação e aprendizagem matemática: o professor sabe que "É muito difícil ensinar matemática" (p. 37), porque significa, principalmente, levar o aluno a "identificar os conhecimentos matemáticos como meios para compreender e transformar o mundo à sua volta e perceber o caráter de jogo intelectual, característico da matemática, como aspecto que estimula o interesse, a curiosidade, o espírito de investigação e o desenvolvimento da capacidade para resolver problemas" (PCN Matemática, 5ª a 8ª série, p. 47). A leitura das aventuras de Alice no País dos números pode motivar o leitor a participar do jogo intelectual característico da matemática.


2. Abordagens Interdisciplinares
Matemática
- Aprendizagem significativa: a resolução de problemas é o eixo estruturador do enredo da história do livro, ponto de partida dos diálogos e das ações narradas. Como o conhecimento matemático está implícito em todas as situações desafiadoras apresentadas, os leitores são estimulados a buscarem e a desenvolverem estratégias de resolução de problema.
- Conteúdos conceituais: os conceitos específicos de matemática trabalhados na narrativa de ficção estão relacionados no Roteiro do Professor, parte integrante do exemplar do professor.
- Conteúdos procedimentais e atitudinais: os jogos, como estratégia de proposição de problemas, além de exercitarem procedimentos, contribuem também para a formação de atitudes: enfrentamento de desafios, busca de soluções, exercício da criticidade e da intuição, criação e mudança de estratégias.
Língua Portuguesa
- Processos de formação de palavras: tabuleiros, tabuadas, estábulos, tabulações e entabulações (p. 43).
- Substantivo (conceito): "dar nome às coisas e usar esses nomes é muito mais prático e eficaz do que descrevê-las cada vez que nos referirmos a elas" (p. 61).
- Intertextualidade com o conto maravilhoso "Era uma vez..." (p. 11 e p. 50), com histórias da mitologia - O minotauro (p. 38 e 39), com a literatura oriental - O livro das mutações(p. 77), com a obra de Charles Dickens (p. 7) e com o livro Alice no País das Maravilhas (conferir atividade de pré-leitura no Roteiro do Professor).
História, Filosofia e Sociologia
- Para contextualizar o conhecimento matemático (origem, processo, culturas, teorias e teóricos), o apêndice histórico cultural que acompanha a narrativa ficcional traz o conhecimento de várias áreas.
Arte
- Além dos conhecimentos registrados no apêndice como os relativos à obra de Dürer, a arte visual faz parte da linguagem do livro, tanto a arte como arte (ilustrações, p. 28) quanto a arte como ferramenta pedagógica para a produção de imagens que permitam a concretização de uma relação, de uma regularidade ou de uma propriedade matemática.


3. Temas Transversais
Ética
– Os valores pessoais - como a honestidade - são destacados: "desafio honesto é aquele que tem possibilidade de resolução" (p. 54); é honesto "o homem que paga a dívida" (p. 54). O abuso do poder e da autoridade da posição na hierarquia social é desprezado pela demonstração do ridículo: exemplo da "neurose" pela lei e pela ordem da rainha de copas (p. 23 e 27).
Saúde e Educação Sexual
- A questão de gênero está presente nas falas e atitudes de Alice (p. 51 e 58).
- A desconfiança e o repúdio à possibilidade de molestamento sexual demonstram a preocupação com a existência do problema de tal desvio de conduta (p. 7).
  • O Diabo dos Números
Editora: Cia das Letras

Um menino de 11 anos, Robert, é constantemente assombrado por pesadelos. Certa noite, inesperadamente, inicia-se uma seqüência de 12 sonhos nos quais o garoto vai conviver com um demônio chamado Teplotaxl, que faz todo o tipo de bruxarias com números.
De sonho em sonho, Teplotaxl consegue vencer as resistências de Robert e o seduz com contas, cálculos, triângulos, expoentes, etc. O fato de ser um demônio não torna Teplotaxl uma criatura maldosa ou assustadora. O grande vilão dessa história é o medo que os números podem provocar nas pessoas, a aversão à matemática tão comum em tantos alunos.
Escrito por um grande poeta e pensador alemão contemporâneo, "O Diabo dos Números" combate esse medo usando as letras como arma, isto é, traduzindo o pensamento matemático para uma linguagem acessível ao estudante. Assim, por exemplo, ele ensina Robert a gostar ainda mais dos flocos de neve, uma vez que neles existem relações fabulosas entre a aritmética e a geometria.
Enfim, os diálogos entre Teplotaxl e Robert ensinam este último a conversar sobre números e, de conversa em conversa, o menino descobre que eles são um grande assunto, desses que dão vontade de falar durante horas e horas.

Indicações

O subtítulo da edição em língua portuguesa deixa claro para quem o livro se destina: "Um livro de cabeceira para todos aqueles que têm medo de matemática".
§                         Veja como utilizar o livro em sala de aula.


 


  • Contos de enganar a morte
Editora Ática | 2003  RICARDO AZEVEDO
Certa segunda-feira, eu estava na quarta série do primeiro grau, a professora entrou na classe com uma péssima notícia: o pai de um nosso colega tinha morrido afogado em Bertioga, no litoral paulista. Lembro do sentimento de medo: e se meu pai também morresse? Lembro de estremecer de pena e tristeza por causa do meu amigo. Lembro de me perguntar: o que é a morte?
Trata-se de um grave erro considerar a morte um assunto proibido ou inadequado para crianças. Heróis nacionais como Ayrton Senna, presidentes da república e políticos importantes, ídolos populares, parentes, amigos, vizinhos e até animais domésticos infelizmente podem morrer e morrem mesmo. A morte é indisfarçável.
Alguns adultos, porém, ainda insistem em acreditar que alienar crianças pode contribuir, de alguma forma, para sua formação (!).
Falar sobre a morte com crianças, é preciso deixar claro, não significa entrar em altas especulações ideológicas, abstratas e metafísicas. Nem em detalhes assustadores e macabros. Refiro-me a simplesmente colocar o assunto em pauta. Que ele esteja presente, através de textos e imagens, simbolicamente, na vida da criança. Que não seja jamais ignorado. Isso, note-se, nada tem a ver com depressão, morbidez, falta de esperança ou niilismo. Ao contrário, a morte pode ser vista, e é isso o que ela é, uma referência concreta e fundamental para a construção do sentido da vida. Existem assuntos sobre os quais adultos sabem mais e podem ensinar crianças. Entre eles não se encontram, por exemplo, a paixão, o sublime, a determinação da realidade e da fantasia, o sonho, a temporalidade e a busca do auto-conhecimento. Nem, muito menos, a morte e a mortalidade. Diante de assuntos assim, é preciso reconhecer, adultos e crianças sentem-se igualmente despreparados.
É muito bom quando a criança consegue se identificar com um adulto e descobrir, surpresa: “Puxa, ele é igual a mim! Ele também fica confuso, tem medo e não sabe direito!. Ele também se emociona e chora!”. Para a formação das crianças é essencial que surjam espaços de compartilhamento entre elas e os adultos. Crianças da vida rural, em geral muito pobres, costumam ter um contato bem mais sadio e natural com a morte. Dizia Walter Benjamim, sobre a época medieval, que naquele tempo “não havia uma só casa e quase nenhum quarto em que não tivesse morrido alguém”.O mesmo pode-se afirmar da vida rural e de muitos bolsões de pobreza urbana hoje no Brasil.
Lamentavelmente, a vida na sociedade tecnológica e de consumo, entre outros fatores, acabou por higienizar e explusar a morte do universo dos vivos. Isso tem tido um grande reflexo na vida das pessoas, nas famílias e nas escolas. Para ficar num exemplo, os jovens que assassinaram o pataxó Galdino de Jesus, alunos de escolas consideradas ótimas, talvez não fizessem o que fizeram se tivessem tido a chance de meditar um pouco mais sobre a mortalidade e a condição 
humana
. Tento dizer que a violência de nosso dias pode ter a ver, entre muitos outros fatores, com o processo de alienação e ocultação da morte. Crianças e jovens precisam aprender a lidar com a vida, da qual a morte é parte inseparável. Pretender camuflá-la ou esconde-la é um desrespeito à inteligência e à capacidade de observação de qualquer ser humano. Além do que é completamente inútil.
Daí, a meu ver, a importância desses antiqüíssimos Contos de enganar a morte, narrativas populares que têm como ponto comum o herói que tenta vencer a morte. Com sua poesia, graça e magia, além de levantarem o assunto possibilitando, portanto, uma interessante reflexão, são, com certeza, uma verdadeira, divertida e apaixonada declaração de amor à vida.
Para terminar, gostaria de contar que venho mexendo com temas e assuntos da cultura popular desde agosto de 1981 quando publiquei , na Folhinha de S.Paulo, o texto Monstrengos de nossa terra, na verdade um pequeno inventário de seres fantásticos criados pelo povo.
Desde então, tenho pesquisado formas literárias populares, principalmente os contos de encantamento, adivinhas, quadras, frases feitas, anedotas e ditados.
O resultado desse trabalho está publicado nos livros Histórias folclóricas de medo e de quebranto, O moço, o gigante e a moça, João Forçudo, Pedro João e José, Histórias de bobos, bocós, burraldos e paspalhões, Meu livro de folclore, Armazém do Folclore, No meio da noite escura tem um pé de maravilha!, Bazar do folclore, Histórias que o povo conta e Se eu fosse aquilo.
  • PEQUENOS CONTOS PARA SONHAR - Histórias tradicionais de muitos lugares   -Mario Urbanet

Quem não gosta de deitar a cabeça no travesseiro e viver as aventuras mais incríveis? E de inventar uma boa história, cheia de acontecimentos inusitados? Tanto os sonhos quanto as histórias fazem parte desse mundo da fantasia, em que tudo é possível. 
Entre os contos deste livro, surgidos nos quatro cantos do mundo, há a história da mãe que, desesperada para recuperar o seu filho do ninho de uma ave, demora a perceber que pássaros e pessoas falamlínguas diferentes; de Dalila que, fugindo do seu destino pressagiado pelo galo, acaba descobrindo o seu verdadeiro amor; de um ferreiro que atravessa o oceano em busca de um tesouro que aparecia em seus sonhos e depois vem a descobrir que a fortuna estava desde o início embaixo de seu nariz; do rapaz que, obstinado a ajudar as pessoas, não percebe que está diante da própria morte, entre tantas outras.
Cada narrativa traz, ao seu final, uma lição em versos que, muitas vezes, vai de encontro às morais e ensinamentos difundidos na nossa cultura. As ilustrações de artistas variados são mais um estímulo para a nossa capacidade de imaginar, brincar, pensar - enfim, sonhar.





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